Além do Horizonte

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ATENÇÃO: Pode conter spoilers do filme “O Último Rei da Escócia”. Porém, antes de você, leitor, desistir de ler este texto por não ter visto o filme em questão, adianto que farei um breve e esclarecedor resumo antes de apresentar minhas visões.

Nem tudo é o que parece. Durante nossas vidas, tendemos a aprender e a reconhecer a veracidade desta frase. Seja de forma mais tranqüila e agradável, como numa reflexão mais profunda; seja de uma forma mais brutal, agressiva, chocante, como quando descobrimos que algo ou alguém que julgamos conhecer, é completamente diferente daquilo. Ao assistir ao filme “O Último Rei da Escócia”, com Forest Whitaker, James McAvoy e Kerry Washington, percebi que o ditador retratado no filme exemplifica com perfeição esta idéia de superfície X conteúdo. Farei, agora, um breve resumo do filme em questão:

Uganda era um dos países que tinham sido colonizados pelos Europeus. Em certa época, um presidente sobe ao poder: Idi Amin Dada. Este era considerado o ditador do povo. Todos o admiravam muito e era um homem que revelava forte ligação com a cultura européia, em especial com a escocesa. Usava vestimentas do país, enfim, era um adorador do local. Com a ida de um jovem médico saído da Escócia em direção à Uganda, seus caminhos se cruzam. O jovem vira médico pessoal do ditador e depois de criar um forte sentimento de admiração pelo governante descobre que, na verdade, Idi Amin era um dos mais impiedosos ditadores da história. Tudo que revelava ser desfavorável aos seus interesses era reprimido das formas mais sangrentas e fortes que se viu. Pessoas eram torturadas e massacradas sem o mínimo de piedade ou compaixão. Todos que viam Idi Amin, consideravam-no um homem impressionante. Porém, os mais íntimos sabiam da sua verdadeira face perversa.

Exemplos da maldade do governante:

a) Ao descobrir que a mulher o traíra, mandou matá-la e cortá-la em pedaços deixando-os à mostra em uma maternidade clandestina.
b) Ao descobrir que o médico o traíra mandou prendê-lo vivo com ganchos presos à pele, definhando de dor.
c) Na suspeita de que um de seus empregados estava articulando com inimigos, mandou darem um tiro na cabeça do mesmo.

Além, Idi Amin tinha filhos com diversas mulheres e em festas, mesmo sendo casado, seduzia outras. Sempre andava com uma segurança pesada considerando os inúmeros atentados contra ele e sua escolta presidencial.

Pois bem, analisando: todos achavam Idi Amin solidário, brilhante, um verdadeiro representante do povo. No entanto, o que nem todos sabiam era que, na realidade, era um homem sedento de poder e que não media esforços para conseguir o que queria. Grande admirador de festejos orgiásticos, não apresentava muita seriedade quanto à sua vida pessoal, considerando o fato de deitar-se com outras mesmo enquanto casado. É estranho notar mas uma figura tão humanizada, tão popular, revelou-se um verdadeiro monstro.

Idi Amin Dada possuía duas faces bem distintas. Sua face mais obscura estava escondida por uma máscara que, ao ser retirada, representava qualidades bem reveladoras da figura em questão. Este ditador marcou a história de Uganda, um dos países africanos mais significativos da história. No entanto, percebe-se que a África passou, e tem passado por grandes provações desde os primórdios. Mas como um país que foi cenário do nascimento da civilização (Quem não lembra do Australopiteco Lucy?), o ponto de partida das jornadas nômades que povoaram as diversas regiões do globo, pode ser palco de chagas que marcaram o sentimento dos nativos deste continente, como o processo de escravização realizado durante os regimes colonialista (1500) e imperialista (1914), o Biafra (do qual temos fotos de crianças que padeciam diariamente por inanição), o Apartheid (segregação racial, uma falsa idéia de superioridade dos brancos em relação aos negros, ideologias que nos remetem aos ideais da Alemanha nazi-fascista de Hitler), a AIDS (ou SIDA, síndrome que debilita o sistema imunológico de centenas de habitantes deste continente; condições irrisórias de atendimento médico tornam este problema ainda mais iminente), e etc... Por que a África sofre tanto? Muito mais do que os outros continentes... Isso é uma injustiça com a mãe de todos nós, berço cultural de toda a civilização mundial (pois, ou bem ou mal, tudo começou com as dispersões territoriais do homem africano pré-histórico)!!!
É com tristeza que analiso estes problemas do continente, tão diversificado culturalmente, com uma riqueza de informações incrível, as grandes savanas, os belos desertos, etc...
Tenho que admitir que tenho uma certa fascinação por esta nação tão emblemática... Mas como pode um país como Uganda ser vítima de um compatriota seu como Idi Amin Dada? A África sofreu muito pois seus nativos confiaram demais em colonizadores e ditadores que alegavam uma série de vantagens ao continente quando, simplesmente, o exploravam. Pessoas de duas caras, que eram algo que se escondia sob uma face mais sedutoramente simpática. Como de praxe, trago uma música para completar a reflexão do tema do meu post:

“Diga quem você é, me diga!
Me fale sobre a sua estrada
Me conte sobre a sua vida
Tira a máscara que cobre o seu rosto
Me mostra e eu descubro se eu gosto
Do seu verdadeiro jeito de ser.”
(Máscara – Pitty)

Um grande abraço!

(mais um) Comunicado Mente Aberta

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Comunicamos que a escritora Inferninho saiu deste blog, por motivos de força maior.
Segue informe ao público:

"Gente, escrevo aqui realmente emocionada dizendo que desertei do Blog por motivos pessoais. É incrível fazer parte de um grupo como este, cheio de pessoas agradáveis e livres. Porém, parece que eu ainda não estou pronta para certos compromissos. Saudações e estejam sempre alertas!


BEIIIIIIIJÃOOO pessoal, Inferninho."

(05/09)

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equipe Mente Aberta.

Preço Exorbitante Para um Esporte de Massa

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Eu poderia falar de vários assuntos, como os dois golaços que não entraram na semana passada, de Lúcio Flávio e Léo Moura, o torcedor do Coritiba que chamou o jogador Carlos Alberto, do Botafogo, de macaco, e foi processado pelo jogador, o time de futebol que ousou ganhar da Alemanha de Hitler e foi assassinado por isso, ou então de Robinho, que por pura pirraça saiu do poderoso Real Madrid pra jogar no time dos petroeuros.

Mas eu vou fazer uma crítica à CBF. A Confederação Brasileira de Futebol, comandada há 4 mandatos por Ricardo Teixeira, que marca todos os seus jogos amistosos em Londres, que distancia a torcida da seleção, que não convoca mais jogadores que atuam no Brasil dando preferência aos do Leste Europeu. Essa Confederação, nas raras vezes em que faz um jogo aqui, (por obrigação, não por opção) cobra preços exorbitantes pelo ingresso. O mais barato para o jogo de amanhã será 30 reais. Imagine o cidadão que quer ver o jogo, e levar a família. 90 reais, com esposa e filho. Absolutamente fora da realidade do nosso país. E o que acontece? Vai nesses jogos gente que não costuma ir a jogos de clubes, logo, não costuma cantar e apoiar o time os 90 minutos. Quem acompanha o futebol nota claramente a diferença entre jogo da Seleção Brasileira e jogo da Seleção Argentina, por exemplo. Além disso, é absolutamente errado o cara pagar mais pela seleção do que pelo time. Por que time, ele pode ir a todos os treinos, pode ajudar, pode cobrar quando algo estiver errado, e na seleção não. Só para se ter um exemplo, até o domingo não haviam se esgotado os 45.000 lugares do Engenhão. No sábado da semanda da final da libertadores, todos os 90.000 mil lugares já estavam esgotados.

Bom , concluindo, a CBF já ganha dinheiro demais em Londres, e oferece um produto de qualidade muito baixa para cobrar esse preço.