"Eu prefiro ser...essa metamorfose ambulante."

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Palavra-chave: mudança. Tudo muda, todos mudam. "Nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará." Lulu Santos já nos disse isso e todos nós pensamos concordar com tal idéia. Eu também pensava assim, até me dar conta de que estava menos acostumada com mudanças do que imaginava. Tal constatação ocorreu no sábado passado, dia no qual fui à uma festa de 15 anos de uma grande amiga.
Porém, para prover um melhor entendimento da situação explicarei desde as raízes da reflexão:
Estudo em colégio federal, altamente propenso a frequentes greves. Considerando o fato de que esses eventos são bem prejudiciais se pensarmos em vestibulares ou concursos afins, muitos pais ficam insatisfeitos e preferem tirar seus filhos do colégio: foi exatamente o que aconteceu. Três colegas (dentre eles dois amigos, pessoas com quem tinha mais contato) acabaram mudando de escola em decorrência de duas longas greves: uma de um mês e a outra de três meses de duração. Foi uma separação triste, mas os meios de comunicação são uma dádiva em situações como esta. Com um desses amigos, continuei me comunicando por telefone, msn, orkut e até eventuais saídas. Porém, praticamente perdi contato com as outras duas pessoas.
Sábado passado, esta amiga com quem continuei falando comemorou seus 15 anos com uma bela festa e tal foi a minha surpresa ao reencontrar as duas outras pessoas com as quais perdi contato. E o que foi mais impactante: não reconhecer uma pessoa de quem já fui muito amiga. A pessoa estava completamente diferente e, por não vê-la há muito tempo, não deixar de lembrar a sua antiga aparência, o que tornava a mudança ainda mais impactante. Por mais que acreditasse, assim como ainda acredito, quie mudanças ocorrem continuamente, não conseguia acreditar naquela em específico. Uma reflexão mais cuidadosa sobre o assunto incurtiu um certo temor em minha mente: se não fosse esta festa, talvez nunca mais iria rever um grande amigo, daqueles que fazem falta se estão ausentes. E se isso acontece com outros grandes amigos quando eu chegar na faculdade? No mercado de trabalho? Eu não quero perdê-los! Todos dizem que não perderão contato, mas perdem! Em certos casos, é inevitável. Mas, por mais que o seja, queria pensar que não fosse. Eu mesma, sendo aspirante a diplomata, estou muito propensa a isto. Mas, o que fazer? Quando somos crianças dizemos aos nossos amigos que aquela relação será para sempre. Quando somos adolescentes, não deixamos tão explícito mas continuamos acreditando nisso. Por que, na maioria dos casos, isso não acontece? O que é ser um amigo? Se um amigo fosse algo para se guardar no lado esquerdo do peito, só se separaria da gente quando não tivéssemos mais um coração, ou seja, nem com a morte nos separaríamos.
Temos que considerar o fato de que encontramos, no futuro, vários deles por acaso mas, estatisticamente, quais são as chances? Quase nulas...
Confesso que me sinto um pouco frustrada: então tudo isso significa que, na maioria dos casos, dizemos essas coisas aos nossos amigos da boca para fora? Não, não quero, não posso e não vou acreditar nisso! Não consigo viver sem amigos! Seria muito angustiante! Uma grande solidão... Em III a.C. já dizia Aristóteles em "A ética de Nicômaco": "Alguém escolheria uma vida sem amigos? Se pudéssemos escolher, não escolheriamos tal alternativa." Precisamos de uma grupo com o qual possamos compartilhar crenças, idéias, alegrias, angústias... Precisamos deles sim, ainda mais neste mundo em que vivemos. Precisamos de alguém para conversar, compartilhar visões e abstrações, de alguém com quem possamos rir e chorar.

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã...
Porque se você parar pra pensar, na verdade não há."
Pais e filhos - Legião Urbana

Por isso, ame os seus amigos pois, não querendo ser melodramática e sim realista, eles podem não estar lá "eternamente". Viva cada momento como se fosse único!

Um grande abraço!


(Agradecimento especiais ao amigo Yuri Duarte, que inspirou-me na criação de tal texto.)

A Eterna Infância

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Há alguns dias percebi que, quando estou com uma pessoa, ela me deixa tão à vontade para ser feliz, e faço coisas engraçadas, no entanto, infantis, até para os meus padrões (quem me conhece pode constatar isso). Vi que essas coisas infantis feitas com essa pessoa me deixam mais leve e tranqüila, e nesses momentos é como se eu resgatasse uma infância um tanto retardada, no perdão da palavra, porém, despreocupada, o que contribui bastante para a minha tranqüilidade e para a sensação de flashback.

Fico imaginando se existe essa coisa de atitude de criança e de atitude de adulto, e o porquê de, às vezes, nos pegarmos em um momento nostálgico e desejarmos voltar ao tempo em que “tudo era mais fácil”.

Talvez as coisas não tenham sido mais fáceis.

Ao reler um dos meus diários, percebi que eu mesma não achava que minha vida era fácil, pode parecer meio estranho, uma criança de 10 anos se sentir pressionada pelas circunstâncias, mas era assim que eu me sentia, em vista dos meus problemas. “Grande coisa”, certo? Não sei, mas os problemas, por menores que poderiam ser, ou não, seriam um presságio para a adolescência que surgia. Mas se olharmos por um lado, eles eram grandes, sim. Eles me deixavam triste na mesma proporção que os novos me deixam hoje.

Percebo que cada fase de nossas vidas andará lado a lado com os seus respectivos problemas e cada uma delas terá a mesma intensidade para nós, a diferença é que, com o passar do tempo, novas responsabilidades são exigidas, e cada vez temos mais com o que nos preocupar, o que aumenta a gravidade dos problemas, nos fazem ter saudade da infância, e esquecermos dos nossos velhos e “pequenos” problemas.

Essas responsabilidades também influenciam na questão das atitudes e de posturas que devem diferir da época em que essas responsabilidades eram menores.

Mesmo assim, sinto um pouco de falta do que aconteceu, não gostaria de voltar no tempo, pois, conquistei muitas coisas durante esses anos, assim como perdi, mas perder faz parte do caminho dos ganhos. Mas como adiantei, minha grande saudade é quanto à despreocupação e a leveza da falta do excesso de responsabilidade, o que não significa o anseio da inexistência delas. Por isso, eu tento reacender velhas chamas, tento ser sempre uma pessoa alegre e passar isso para as pessoas ao meu redor, aliviar o estresse, e se alguém faz isso por mim, como aquela pessoa que comentei no início, só aumenta a minha felicidade.

Bem, como sempre digo: serei sempre uma criança feliz, serei sempre a L. E sugiro que vocês tentem também resgatar a leveza infantil que vamos, infelizmente, perdendo ao nos tornarmos amargos e prisioneiro da rotina. O que nos deixa ávidos por aquilo que perdemos, mesmo que inconscientemente.
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Quero comer aquele espelho que você esqueceu aqui em casa
E que não sobre nenhum dos dentes daquele desgraçado, aquele pente!
Quero me agarrar nessa toalha desbotada que uma vez já foi sua
E talvez até reencontrar aquele velho amigo plástico que uma vez deixastes solto em cima da mesa
Bombons e recados, coisas do passado
Bom é te achar sobrando na minha caixa de recordações
Tudo era aos poucos deixado de lado
Muitas fotos e sortes de colares
Atenho me aos seus sapatos, em pares
Bom é desprender te do meu fogão, te botar na massa
E no final o cheiro que tanto me lembra
Cada fatia, um momento
Aquele inverno aquecido, sei onde te matar a saudade
Na cozinha talvez vestígios
Mas a tua essência sempre presa àquele bolo..Ó graças, como te amo.

O Choro de Alegria, o Choro de Tristeza e a Apatia

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Nesta semifinal de Olimpíadas, o futebol masculino (apenas o masculino) do Brasil se apequenou de novo. O pseudo-técnico Dunga entrou com um time covarde, disposto a empatar, que não saiu para o ataque nem quando estava perdendo o jogo. O jogo de hoje, aliás, lembrou muito a partida contra a França na Copa de 2006, pela apatia dos jogadores. A impressão que deu é que tudo que se fala sobre a importância das olimpíadas, ou da importância de ser brasileiro não serve para os jogadores da seleção. É constrangedor ver que Ronaldinho Gaúcho, o craque que nunca jogou bem pela seleção praticamente não se abateu com a derrota. Afinal, ele e todos os outros ganham milhões por ano. O que vai importar se a medalha é de ouro ou bronze, ou não vem?

E é triste ver que esses jogadores têm mais espaço na mídia que César Cielo e Diego Hipólito, por exemplo. Eles, que foram os protagonistas da delegação brasileira nessas Olimpíadas até agora.

Diego, ao ver que perdeu o ouro e qualquer chance de medalha, se emocionou, chorou e se desculpou com o povo brasileiro. Ele, inclusive, demorou 2 dias para falar com a imprensa, já que estava muito abalado. Diego é um atleta que tem aquele amor à camisa tão falado por Galvão Bueno. E, por isso, tem a solidariedade do povo brasileiro.

César Cielo também mostrou amor à camisa, também chorou, mas foi um choro bem melhor de ver, pois foi um choro de orgulho. Foi arrepiante ver que ele não conseguia cantar o hino por estar muito emocionado. E, depois lembrar-se de jogadores da seleção que não sabem nem cantar o hino...
Cielo também foi acolhido pelo povo brasileiro, como mostra o número de pessoas que foram vê-lo e apoiá-lo no desfile em carro aberto por São Paulo, hoje.


P.S.: Para terminar, como pode a vara de uma atleta candidata a medalha sumir? Como pode acontecer isso no maior evento do esporte em todo o mundo? Não seriam as Olimpíadas mais organizadas da história? De que adianta colocar 2008 tambores num estádio, ou saber esconder bem a tocha na cerimônia de abertura se o instrumento de trabalho dos atletas também some? Acho que nem em campeonatos da terceira divisão do Brasil, onde a desordem reina, iniciar-se-ia uma partida sem a bola. Muito estranho...