Parabéns, Botafogo, 104 Anos de Glórias

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No dia 12 de Agosto de 1904, um grupo de jovens fundava, na zona sul do Rio de Janeiro, o que viria ser um dos 12 maiores clubes de futebol do século XX, em eleição da entidade máxima do futebol, a FIFA. Hoje, 104 anos depois, parece que uma homenagem é indispensável.


Estive, desde a terça passada, pensando no que falar. Pensei em homenagear Garrincha, o maior jogador da história do clube, ou Nilton Santos, o que mais fez partidas (700) pelo Glorioso, e é a origem do meu pseudônimo no blog. Nenhuma dessas idéias me agradou, (não que as homenagens não fossem merecidas, mas talvez não fossem interessantes). Também não me agradou enumerar títulos e conquistas do clube.


O homenageado será um jogador importante pela suas atitudes, o meia Afonsinho.
Afonsinho jogou no Botafogo de 1965 a 1970. Era considerado um dos melhores jogadores de sua posição no país, tendo sido, com o Botafogo, campeão de 6 títulos nessa época. Ganhou o último título do clube antes dos 21 anos sem conquistas, em 1968.


Ele foi um dos pioneiros no sentido de lutar contra a situação dos atletas, que eram reféns dos clubes, já que não podiam jogar no clube que queriam. Um exemplo claro dessa relação de “escravidão”, é o do já citado Nilton Santos, que em seus 26 anos de Botafogo, assinou, por amor ao clube, muitos contratos em branco(!). No auge de sua carreira, Afonsinho, que seria titular absoluto da seleção nacional para qualquer torcedor, foi proibido de integrar a seleção e de jogar futebol por usar barba. Durante a ditadura, e numa época em que os jogadores realmente queriam jogar pela seleção, Afonsinho não se submeteu as imposições, mas lutou pelo direito de jogar. Ele iniciou, então, uma batalha judicial, que culminou na obtenção da propriedade do seu próprio passe. Ter o passe de um jogador é o mesmo que ter a posse dele (eu não entendo por que trocam o “o” de lugar com o “a”, seria um eufemismo?). Assim, Afonsinho passou a poder escolher por que clube jogava. Em 1974, foi feito um filme baseado em sua vida, chamado “Passe Livre”, de Oswaldo Caldeira. Também foi feita uma música em sua homenagem, por Gilberto Gil, chamada “Meio de Campo”, que transcrevo a seguir.

“Prezado amigo Afonsinho
Eu continuo aqui mesmo
Aperfeiçoando o imperfeito
Dando um tempo, dando um jeito
Desprezando a perfeição
Que a perfeição é uma meta
Defendida pelo goleiro
Que joga na seleção
E eu não sou Pelé nem nada
Se muito for, eu sou Tostão
Fazer um gol nessa partida não é fácil, meu irmão “

PS: Não podia haver hora melhor para comemorar o aniversário do Botafogo do que essa série de 4 vitórias no campeonato. Do jeito que as coisas estão, o time deve realmente terminar o campeonato pelo alto da tabela.

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