A. F. - Sentimento Artificial

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Dia desses, estava assistindo ao filme "Inteligência Artificial" quando me dei conta da grande quantidade de questões sociais e éticas que este emocionante filme de ficção científica apresenta.
Ele narra a história de David, um dos primeiros andróides criados a ter sentimentos semelhantes aos dos humanos. Assim, ele necessita de amor, carinho, todos aqueles sentimentos sem os quais não conseguimos ter um mínimo de felicidade. No entanto, como é de praxe em nossa sociedade, o "robô" é tratado com hostilidade por várias pessoas pelo simples fato de ser diferente por ser um andróide,e não um ser humano de verdade. A parte mais triste é que até mesmo sua "mãe" (que no filme, seria a pessoa que o programou) tem muito medo dele, ainda sente este receio preconceituoso de conviver com uma criaturinha tão adorável e, ao mesmo tempo, tão diferente de sua realidade. Deste princípio, já podemos notar que o filme apresenta uma mensagem em relação ao preconceito, que mostra que, na sociedade atual,tudo aquilo que vemos como diferente, distinto, passa como algo ruim, que devemos temer, ou seja, tratamos o novo de forma absurdamente preconceituosa. É o mesmo principio teórico do qual partem os xenófobos: se não conhecemos aquilo devemos tratar com hostilidade para manter a nossa "guarda levantada"... Que princípio mais ridículo! Por que não tentamos simplesmente conhecer o outro? É, este é um dos problemas da sociedade atual: discriminação. Com os padrões bizarramente impostos pela mídia, quem não se enquadra é excluído. Analogicamente falando, isso me lembra aqueles filmes americanos que mostram uma tradicional organização nas escolas: os nerds (que sofrem nas mãos dos valentões), as populares, os esportistas, os valentões, os asiáticos, os hispânicos, ... Mas, porque esta ridícula divisão? Qual é a necessidade de classificar as pessoas? No colégio, as populares podem ser tidas como rainhas, mas depois, perderão seu posto para as bem-sucedidas nerds. E um belo corpo sem conteúdo não sustenta a vida de uma mulher por muito tempo. Não pude deixar de mostrar esta analogia sobre discriminação porque também assisti, esta semana, ao filme "Drillbit Taylor", sobre este assunto em questão... Porém, vale destacar, sempre há excessões, ok?
Mas retornando ao assunto inicial, seria possível criar sentimentos num robô como foi feito no filme? Os sentimentos não vêm de nossa parte física, e sim de nossas almas... Seria possível simular algo tão íntimo? É difícil dizer, mas como o filme é uma ficção... O mais triste é que o próprio andróide, o pequeno David, percebe o quanto é discriminado, principalmente por alguém que ama tanto, como a mãe. Assim, acha que só será realmente amado quando for um "menino de verdade", assim como seu "irmão" o era. Esta passagem consagra a aceitação do próprio discriminado quanto à sua inferioridade mas, isso não pode acontecer! Uma única passagem conseguiu romper com toda e qualquer idéia democrática de igualdade. Traço um paralelo deste fato com as pessoas que só se preocupam com a aparência, pois ela pensam como David: se não posso ser aceito do jeito que sou, terei que mudar e me encontrar com o padrão. Aí sim serei parte da sociedade. Terrível, mas real ponto de vista... Termino o meu texto, como de praxe com uma música que se relaciona muito bem com o assunto em questão:

"'Cause we all just wanna be big rockstars
And live in hilltop houses driving fifteen cars
The girls come easy and the drugs come cheap
We'll all stay skinny 'cause we just won't eat
And we'll hang out in the coolest bars
In the VIP with the movie stars
Every good gold digger's
Gonna wind up there
Every Playboy bunny
With her bleach blond hair"

(Rockstar - Nickelback)

Um grande abraço!

1 Response to "A. F. - Sentimento Artificial"

Unknown Says :
10 de outubro de 2008 às 11:37

ADORO AI!

ótimo texto Amanda!
E eu não entendo xenófobos!
é tão mais fácil ser educado, gentil e agradável com todo mundo!

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