Razão - Parte III - 1964

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ATENÇÃO! PRESTE MUITA ATENÇÃO!: Continuação da parte II de Razão

- Ai, o que roça no meu rosto? Ratos!!!
Enquanto Aquiles, desesperado, se distanciava o quanto podia dos ratos, o vigia, do lado de fora, não podia conter seu riso.
- Foste tu! Não é, desgraçado? Ainda há de me pagar! Escreve o que te digo!
Mas o vigia nem ligou, e como se houvesse coerência entre os dois assuntos, mandou Aquiles se arrumar, pois Media estaria pronto para vê-lo em sete minutos.
- Do que teria que me aprontar? Só possuo os trapos que me vestem e o pensamento que ainda me faz pensar no que devera e não deveras também. Seus hipócritas imundos! Vão para o inferno!
- E já não estamos nele? – Sorriu o carcereiro com um leve tom de sarcasmo.
Ao encontrar Media, Aquiles não se conteve e iniciou o diálogo:
- Vamos às regras! Sem trapaças, por favor! Confiarei em tua honestidade, creias que não é algo comum de acontecer, acredito em tua credibilidade e rezo para que minhas conclusões não se revelem falsas.
-Que pensas que és? Achas que pode dirigir-me tais palavras assim, deliberadamente? Não sejas insolente! Reduza-se à tua insignificância, meu servo! Iniciemos agora o desafio. Quando quiser que tenhas a voz, avisarei a ti com certeza. No entanto, permaneça calado até que eu diga que não fiques mais nesse estado. Está claro? Quando eu me dirigir assim a ti, poderás responder à pergunta...
- Sim, mestre, senhor dos senhores, rei dos reis, monarca dos monarcas, tirano dos tiranos, ditador dos ditadores, demônio dos demônios que habitam o inferno e dos anjos que têm o céu como moradia.
- Tal deboche também me desagrada, mas prossigamos, o desafio demanda o seguinte: não poderás pedir ajuda a ninguém durante o tempo que passarás fora de teu ninho de pombos. Estarás livre para recusar ou aceitar as minhas ofertas, desde que me respeites como a um pai, um ancião rico em sabedoria.
Um minuto de silêncio instaurou-se no local.
- Vejo que sabes cumprir ordens, muito bem! És um verdadeiro servo de teu senhor!
Aquiles olhou de uma forma desprezível, que logo fez Media retomar o assunto do ainda diálogo anterior
- Havia dito a ti que não poderias comunicar-se sem minha permissão. Olhares como o que acabaste de dar são singelamente comunicativos. Vejo que és mais rebelde do pensava, há de dar-me muito trabalho, mas gosto de problemas, com eles sinto a vitória de achar suas soluções, não é mesmo?
- Prefiro não responder!
- Tens total liberdade para tal. Agora, mostrarei a ti a primeira parte de teu desafio: uma preparação.

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